H.H

Capítulo 1 - Olho do Gigante



Nishi andava de um lado pro outro enquanto esperava seu download acabar. Amaciava seu cabelo com a toalha para secá-lo, hoje era um dia de folga de seu trabalho e o período de provas havia acabado, então, a tarde estava sendo tranqüila. Botou os fones de ouvido e começou a cantarolar, pegou um pedaço de pizza e foi dar uma olhada na janela do apartamento. Quando abriu a janela, viu um olho gigante o fitando e disse:



— Que dia lindo...



E fechou ela como se não tivesse visto nada, sentou-se no sofá, suspirou e disse: --- Até aqui.

Nesse momento a porta saiu voando e foi parar na sua frente, a parede se estraçalhou e um braço gigante e azul invadiu a sala. Rugidos se ouviam do lado de fora, ele botou um tipo de luva na mão e cortou a sua mão com um golpe sutil. O ue restava do braço saiu do apartamento e rugidos de dor se ouviram. O compartimento tremia a cada som, o ser tinha enfiado o braço pelo prédio inteiro até chegar ao apartamento dele, o corredor estava todo destruído. Nishi pegou o celular e discou um número, aguardou um pouco e depois, uma voz doce de mulher atendeu: — Alô?

E ele respondeu: Alô?! É só isso que você tem a me dizer?

— Desculpe, eu não estava com vontade de trabalhar e hoje ia lançar um novo game que eu não podia perder. Tinha muita gente na fila da loja, mas eu digo pro chefe dar um aumento para você no final do mês, tchau... A voz desligou.

—... Grande folga! – gritou ele. — Preciso limpar essa sujeira, parece que o gigantão já foi embora. Nishi foi até uma gaveta na parede e pegou um tipo de cápsula e tocou encima da mão gigante, em um instante, ela começou a queimar, botou a pizza de volta a boca e a mordiscou, sentou-se na frente do notebook e teve um dos melhores avisos do mundo, download concluído.



Capítulo 1 - Olho do Gigante: Fim.



Capítulo 2 - Power Rangers?




No outro dia, Nishi se acordou embaixo da cama, uma cena muito comum para ele de manhã, ligou as luzes, deu dois tapas na cara para acordar e se dirigiu a sala. Tinha se esquecido da tarde anterior, cinzas no chão da sala e a porta improvisadamente colocada em seu lugar. Pegou a vassoura e tocou as elas para baixo do tapete, se arrumou e foi para a escola, dizendo um melancólico: — Até logo, casa.

No caminho, reclamou com o síndico de que a porta havia quase caído encima dele e o matado e que devia arranjar uma nova. Quando o síndico fez um comentário sobre os tremores da tarde anterior, Nishi respondeu: — A nova moradora do segundo andar costuma ser bem barulhenta quando leva homens para lá”. Parece que os caras do trabalho dele tinham feito com que ninguém percebesse o gigante de ontem.

Depois de andar até a estação, embarcou no trem e abriu seu delicioso e nutritivo café, uma barra de chocolate. Botou os fones de ouvido e suspirou, mexia suas pernas conforme a música. Não percebeu, mas as pessoas começaram a olhar para ele, só notou o que estava fazendo quando duas garotas olharam pra ele e deram um riso debochado, ele olhou para baixo envergonhado e parou. Nishi nunca tinha sido popular com as garotas, não por que ele era feio ou algo assim, é por que ele sempre ficava as observando de longe só admirando, assim elas nunca o procuravam.

Ele saiu do trem e desceu uma lomba até chegar a frente da sua escola, onde se encontrou com Taikou, seu amigo desde o ginásio e colega de trabalho. Usava óculos garrafais e tinha os cabelos loiros e um pouco longos separados ao meio. Um pouco mais alto que Nishi, esse tinha cabelos pretos meio curto, repicados para baixo e um corpo magro.



— Eai Nishi, como foi a tarde de folga ontem? E ele respondeu: --- Calma e tranqüila, tirando o grande ser que invadiu meu apartamento querendo me matar, foi ótimo.



— Ah, sobre isso, todo mundo recusou o trabalho e então a Mitsu mandou para você, eu disse que ia te deixar irritado, mas ela não me ouviu. Bom, coisas do trabalho, vamos entrar logo, a aula vai começar.

No meio do período de História clássica, Nishi recebeu um bilhete de Taikou que dizia: — Cara, preciso te contar um segredo... Na verdade...



EU SOU O BATMAN!





Depois de ler, ele suspirou e voltou a “prestar atenção” na aula. Taikou era viciado em HQ´S americanos e seu sonho era ser um super-herói, com seu atual trabalho, ele meio que tinha conseguido alcançar seu sonho.

Depois do turno da tarde, eles se dirigiram ao trabalho. Chegaram à frente de uma loja de artigos eróticos que se chamava “O sonho de um homem”.

Nishi se sentia perturbado por receber olhares maldosos por toda a parte. Chegaram ao último andar, na sessão chamada “Top sexcret” e entraram em uma sala escura, desceram alguns lances de escadas e então Taikou apertou um botão que fez com que as luzes se ligassem. Ali, um imenso corredor branco se estendia, depois de andarem uns 10 minutos, encontraram um portão com as seguintes letras marcadas:



O.H.D





Organization of human defense, ou seja, organização de defesa humana.

Nishi olhou fixamente para a porta com os olhos cerrados e disse:



— Abra ou morra.



A porta em um segundo abriu, enquanto um tipo de choramingo saia dela. — Você a fez chorar de novo. Disse Taikou. — Nos desculpe porta-chan.

Lá dentro, um espaço totalmente aberto com um holograma de um céu azul falso se abria, tinha ruas e prédios, uma multidão de pessoas passando e máquinas voando pelo “céu”. Uma mulher passou por eles e disse: — Sejam bem-vindos a central japonesa de defesa humana. Os dois mostraram um tipo de credencial para ela e seguiram em frente.

Chegaram a um pequeno prédio e lá viram Sakurai, colega de trabalho, polido e frio com todo mundo.

— Hikata Nishimoto e Minami Taikou, atrasados de novo? Isso que eu chamo de preocupação com o trabalho. Ele era um jovem com um olhar assasino e grandes olheiras, uma pele pálida e longos cabelos pretos.

— Não enche Rai-chan, recém saímos da escola. Disse Taikou.

Sakurai botou a katana no pescoço dele e disse com uma voz mortal: Rai-chan?

— Ei vocês, já estão causando confusão a essa hora?

Disse Sano, um jovem alto com cabelos ruivos e um cavanhaque curto.

— Ele tem razão, assim vocês me cansam. Disse Haruki, uma jovem alta e com um busto farto, com longos cabelos cor castanho claro.

— Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaruuuuuuuuuuuki-san! Disse Sano, caindo aos pés dela. Ele era um mulherengo sem cura.

— Bom, acho que estão todos reunidos aqui. Disse um cachorro branco que entrou na sala e se transformou em um homem alto e velho.

— Onde está a Mitsu? Disse Nishi.

— Eu já estava aqui faz tempo, respondeu ela, com os olhos vidrados no notebook e seu game e seus cabelos azuis estilo chanel caindo na cara.

— A ficha da missão vai ser informada pelo visor de vocês, qualquer problema, chamem reforços, mas acho que não vão precisar, já que são a divisão mais eficiente daqui.

— Entendido! Disseram todos.

— Aliás, Haruki-chan, vista essa fantasia de coelhin... *POW* O velho Okiba-san levou um soco dela. Ele também era um mulherengo sem cura.

— A-adeus. Completou ele.

Nesse momento, todos entraram em um compartimento e foram teletransportados para um lugar totalmente deserto, trajando roupas militares pretas, com sobretudos e um fone gigante nos ouvidos.



— Bem, vamos começar. Disse Sano com empolgação.



Não, eles não são os Power Rangers.


Capítulo 2 - Power Rangers?: Fim.



Capítulo 3 - Massacre




Desde o início dos tempos a terra era povoada por várias raças, Youkais, Paranormais, Vampiros, Lobisomens, etc. Nessas várias raças, se encontravam os humanos, os únicos que venceram a “seleção natural” e predominaram. Atualmente, essas raças vivem espalhadas pelo mundo em lugares isolados, se guardando da ameaça da raça predominante e muitas vezes tentando acabar com os humanos. Por exemplo, Hitler era um tipo de Youkai mestiço e causou a segunda a guerra numa tentativa de enfraquecer a raça humana, sem sucesso, já que alguns tipos de Youkais sempre deixam o assunto de “raça superior’ subir a cabeça e acabam perdendo. Vários outros acontecimentos foram causados pelas outras raças. Bem, o quê isso tem haver com o trabalho de Nishi? Ele protege os humanos. Notando o perigo que as outras raças apresentavam a humana, a O.H.D foi criada, com o propósito de proteger a qualquer custo e fazer os humanos prevalecerem.

Nishi não tinha personalidade de herói, aliás, era totalmente ao contrário. Ele geralmente tinha uma visão negativa das coisas e era totalmente desmotivado, só mostrava interesse em razões especiais, só estava naquele trabalho pelo salário, que era pouco pelo que ele fazia.



• • • • • • • • • •



Voltando ao campo de batalha, a missão que eles foram mandados para fazer se consistia em seguir até uma mansão ao norte de Tóquio, isolada no meio da estrada e verificar as atividades paranormais lá.



— Aparentemente, aqueles gigantes azuis pertencem aos paranormais, são como guardiões para eles, estranho um desses rondar á cidade. Disse Haruki.

— Se irritados, causam um grande estrago. Comentou Taikou.

— E mesmo assim vocês me usam como isca? Vocês querem que eu morra? Disse Nishi.

— Devemos seguir em frente até acharmos uma depressão. Disse ela, ignorando o comentário de Nishi.

— Não me ignorem! Gritou ele. —Eu sou o que ganha menos aqui e ainda sou tratado assim, nem aumento eu... Nesse momento ele parou de falar e decidiu olhar para onde os outros olhavam. Mais a frente, viu um grupo de 10 gigantes rondando a mansão, sua pele azul transparente brilhava e dava luz para o dia nublado.



— Atacamos ou entramos sem sermos vistos? Perguntou Nishi.

Mas Sakurai e Sano já corriam para atacar o alvo.

— Sejam menos imprudentes!Idiotas! Gritou Haruki. Mas a batalha já havia começado.



Sakurai sacou a katana e cortou o braço de um gigante, ele tentou acertar Sakurai com a outra mão, mas esse escalou seu braço e cortou sua cabeça fora. Outros dois gigantes o cercaram, e ele fez um golpe giratório que cortou os dois ao meio. Arrancou a perna de outro e depois que este caiu, cravou a katana em suas costas.

Sano atirou duas adagas no peito de um e depois chutou suas pernas, fazendo-o cair, pulou encima dele e cravou uma adaga em seu pescoço, outro gigante o atacou com um soco, ele desviou e golpeou seu braço, acertou um golpe no ar e outro quando pulou no ombro dele, pulou para o chão e o gigante se partiu em três. Um dos gigantes tentou atacar Sano por trás, mas sem sucesso, antes levou um tiro na cabeça da bela Haruki, caindo de costas no chão. Nishi e Taikou se juntaram ao combate. Taikou conseguia se mover muito rapidamente graças a sua arma, um par de botas especiais. Ele correu até um gigante e chutou sua cara, se moveu para trás e chutou suas costas, e depois tentou acertar o golpe final com um chute encima da cabeça, mas foi arremessado para trás pela mão do gigante. Nishi pulou encima dele e o encostou com sua luva, pulou de volta pro chão e em um instante a cabeça do gigante explodiu graças ao mecanismo dela, outro gigante o atacou e Nishi explodiu suas pernas e Taikou chutou sua cabeça enquanto caia, arrancando-a fora, só que ele não tinha notado o último que vinha em sua direção, no momento em que o gigante ia acertar Nishi em cheio, se ouviu um “Pii” vindo do notebook de Mitsu e o gigante se explodiu em mil pedaços que pareciam cristais azuis brilhando enquanto caíam.



— O último. Disse Sano, ofegante.

— Nosso plano de se infiltrar silenciosamente na mansão foi por água abaixo, idiota. Disse Sakurai com uma voz fria.

— E DE QUEM É A CULPA?! Gritaram todos.



Mitsu desarmou o sistema de entrada da mansão e eles invadiram.



— A chance de encontrarmos paranormais lá dentro é grande, já que esses gigantes só aparecem quando há algum deles por perto, tomem cuidado. Aliás, Mitsu, foi você que quebrou o sistema de Stealth deles? Perguntou Haruki.

— Sim, o meu radar já havia detectado a presença deles muito antes de chegarmos. Respondeu ela.

— Onde diabos ela guarda um radar?! Taikou perguntou baixinho para Nishi recebendo um suspiro como resposta.



Quando entraram no pátio da mansão, viram uma estátua bizarra de um monstro com asas demoníacas fazendo suas necessidades com uma cara de alívio no rosto. — Quem construiu essa mansão devia estar inspirado, disse Nishi. A mansão apresentava mais outros elementos dignos de um show de bizarrices, como um cão com três cabeças com chifres, uma mulher nua só com uma perna e uma linda ovelha, não que ela fosse bizarra, mas ela não se encaixava com o clima da mansão, era como se fosse uma geleira em um mar de fogo.

— O que há com essa mansão?! Exclamou Nishi.



De repente a mansão começou a tremer, um dos lados do casarão explodiu, Nishi se segurou em uma estátua para não cair. Explosões se ouviam de trás do casarão, uma parte do teto foi aberta com algum tipo de impacto e de repente o tempo pareceu parar, o espaço ali ficou branco e as coisas começaram a ser sugadas pelo chão, Nishi gritava o nome de seus companheiros sem receber nenhuma resposta, sua visão começou a embaçar, buracos eram abertos no ar como se fossem paredes quebrando, ele não agüentou a pressão que era botada contra sua cabeça e desmaiou.



Nishi foi acordando aos poucos enquanto sua visão ficava mais nítida, ele viu todos os companheiros se levantando, menos Sano, este estava de em pé e com uma cara séria no rosto, uma cena rara.

— Pessoal, olhem aquilo. Disse ele.



A frente deles, cinco cadáveres mutilados se encontravam estirados ali, um do lado do outro, sem os braços e as pernas e com a boca totalmente aberta com um símbolo na língua. Atrás deles, no chão, estava escrito com sangue:



MALDITOS SEJAM OS HUMANOS.







Capítulo 3 - Massacre: Fim.





Capítulo 4 - Bad Job




Dentre todas as raças existentes na terra, os paranormais são os que mais se “assemelham” aos humanos. Estes se separaram em dois grupos, os pacíficos que se misturaram com os humanos dando origem aos mestiços e os agressivos, ou como muitos preferem chamar, revolucionários. Parece que houve um conflito entre esses dois onde Nishi se encontrava.



— Nós vamos ter que limpar isso? Disse Taikou, quebrando o clima tenso do ar.

— Vamos entrar, disse Sano.



Todos o seguiram, menos Taikou, que decidiu permanecer ali por medo.



O casarão estava destruído, os quadros que se encontravam na parede estavam partidos ao meio e estilhaços de copo se espalhavam pelo chão. Lá encima, no segundo andar, um rastro de sangue manchava a parede.

— Parece que a festa foi agitada, disse Nishi.

Subindo ao segundo andar, entraram em um dos inúmeros quartos e verificaram o PC que estava ali, lá encontraram um e-mail com o seguinte conteúdo.



Para Tetsuo H.T



“Caro amigo, é depois de muito tempo que venho lê escrever sobre um assunto delicado para nós dois. Ambos sabemos que minha relação com humanos nunca foi boa e que venho tentando levar você para ao meu lado, mas sem sucesso. Você sempre conviveu com eles e deu sua confiança sem pensar nas conseqüências e com o passar do tempo trocou sua vida pela vida humana e se deixou corromper por causa desses seres. Já faz um tempo que conheci um grupo que tem idéias maravilhosas e me prometeram que livrariam o mundo desse mal. Queria conversar pessoalmente com você mais uma vez sobre isso calmamente e tentar mais uma vez te salvar, passarei ai daqui uma semana, então, seja um bom anfitrião. De seu amigo Thomas F.S”.



— Esse tal Tetsuo era bastante rico, ele tinha uma grande loja de eletrônicos em Shibuya. Comentou Sano, enquanto mexia em uns papéis que se encontravam encima de um pequeno armário.

— Pelo que parece, eles não se entenderam, com certeza não foi uma conversa pacifica. Disse Nishi.

— Então havia paranormais rondando a cidade aquele dia, eles estão se movendo para planejar algo, é muito raro eles se botarem em risco desse jeito. Disse Haruki.



Lá fora, barulhos ensurdecedores se ouviram, junto com gritos de pessoas, eles saíram e lá viram inúmeros helicópteros e agentes da O.H.D espalhados pelo pátio da mansão. Um grupo de agentes os cercou de repente e atiraram. Em instantes, um a um, começaram a cair. Antes de Nishi desmaiar ele pensou:



— De novo?Eu vou desmaiar de novo?Eu fui atacado por colegas de trabalho, eu estou caçando seres que eu sempre pensei que não existissem. Cara, eu realmente odeio meu trabalho.



Acordou em um tipo de incubadora tamanho família onde vários equipamentos o monitoravam.



— Parece que acordou Nishimoto. Disse o velho Okiba que se encontrava ao lado da incubadora.

— O que aconteceu lá na mansão?

— Isso será explicado mais tarde, respondeu ele.



Nishi se levantou e viu Sakurai olhando para o céu falso estrelado pela janela, pensou em ir falar com ele, mas foi interrompido por Sano.

— Deixe-o quieto.

— O que há com ele?

— Ele sabe que não é forte o bastante e hoje teve uma prova disso, conhecendo ele como eu conheço, ele sempre fica desse jeito quando percebe que é mais fraco que algo ou perde algo, mas ele vai tentar ficar mais forte e superar seus limites cada vez mais.

Nishi não respondeu e voltou sua atenção para o resto de seus companheiros se levantando

— Então todos aqui, vamos ao que interessa. Disse o velho Okiba. --- Hoje vocês presenciaram uma verdadeira luta entre paranormais, destruição em massa e distorção do espaço são umas das inúmeras causas, realmente esses seres são verdadeiros monstros, mesmo não usando sua força total.

— Já sabemos disso, seja direto. Disse Sano.

— A central principal da O.H.D está tirando vocês do caso e mandando para um divisão mais avançada.

— Mas isso é besteira, fizemos tudo o que nos foi designado.

— Me desculpem. Isso não é decisão minha, acreditem em mim, eles sabem o que estão fazendo.

— E então? Qual é a ordem?

— Que fiquem fora dessa investigação sem interferir em nada e que mantenham o que aconteceu hoje em total sigilo.



Sano deu um soco no ar nesse momento e disse:



— De novo! Você nos subestima demais, velho!Sano estava indignado, chutava o ar e esbravejava enquanto saia pela porta.



— Estão dispensados pelo resto da semana, disse Okiba.



Nishi não entendeu a indignação de Sano, já que só estava ali fazia dois meses. Sano era o capitão da divisão e o mais velho ali, com 20 anos, costuma ser brincalhão e mulherengo, mas hoje estava totalmente sério.

— Quando o ano acabar, vou deixar a divisão. Disse Sano. --- Então Sakurai, conto com você para ser o novo capitão.

— Eu? De jeito nenhum, não sirvo para capitão, em uma semana todos estariam mortos por não conseguirem cumprir minhas ordens.

— Então quem recomenda?

Sakurai lançou um olhar maldoso para Nishi e disse:

— Acho que o Nishimoto tem um grande potencial.

— Então, Nishi, conto com você. Disse Sano sorridente.

O quê eu posso fazer?Eu sou um simples novato, mas se eu recusar, Sakurai vai me cortar ao meio. Pensou Nishi.



— Se recusar lhe corto ao meio, disse ele, parecendo ler os pensamentos de Nishi.



Então todos foram embora e Nishi ficou ali, parado, pensando.



• • • • • • • • • •





Já era de noite quando estava voltando para casa, totalmente exausto, pegou o último trem e tentou com todas as forças não dormir no trajeto. Enquanto caminhava para a casa, viu Aki, a garota que gostava. Tinha uma boa estatura, cabelos pretos e olhos castanho escuros e brilhantes, fácil de se apaixonar. Só que havia um problema, ela estava acompanhada de um garoto que parecia seu namorado, ela dava sorrisinhos envergonhados e segurava a mão dele. Nishi não podia evitá-los por que estavam seguindo pelo mesmo caminho, ele sentia raiva daquela cena, seu rosto corado era tão encantador. Então, eles pararam para se despedir e se beijaram, aquela cena quebrou Nishi por dentro e fez com que seu mundo caísse, toda a motivação e felicidade que tinha restando dentro dele se foi. Ele tentou não ser visto e seguiu por outro caminho, tentou segurar a raiva e não gritar no meio da rua, estava sentindo ódio, tristeza e cansaço de uma só vez, mesmo com o calor fervoroso do verão que dava seus primeiros sinais, ele continuava frio e triste. Ao chegar a seu prédio, tentou explicar para o porteiro sobre sua situação e entrou. Ao chegar ao apartamento, ignorou a porta consertada, jogou suas coisas em um canto e se deitou. Levantou sua mão direita em direção ao teto e suspirou, virou para o lado e dormiu.



Nishi não sabia, mas essa seria uma das últimas noites que ele poderia dormir sem se preocupar com a morte.

Capítulo 4 - Bad Job: Fim.

Capítulo 5 - A Mesma Velha Rotina



O despertador sempre foi um inimigo de Nishi, sempre o derrubando da cama e acabando com seus sonhos, o movimento de se levantar da cama já tinha se tornado automático, com um pulo e alguns passos já estava praticamente pronto. Seu corpo não parecia se acostumar, já que havia faltado a aula e ficado dois dias inteiros deitado em sua cama sem fazer absolutamente nada. Enquanto saia pela porta lembrou do acontecimento que presenciou e se desmotivou, pensar que veria a garota que gostava e ter que encara-la sem corar já o fazia ter vontade de se tocar na cama e hibernar por um bom tempo.

Hoje o trem estava vazio, estranho, já que ele sempre precisava se exprimir para sentar-se adequadamente, havia algumas pessoas nas extremidades, parecendo evitar Nishi, que se encontrava isolado no meio. Uma garota parou a sua frente e falou docilmente:

— Posso me sentar aqui?

E ele respondeu um sim desanimado enquanto olhava para baixo. Depois de alguns minutos de silêncio, a garota falou: — Falta pouco para chegarmos à escola, é melhor se levantar Hikata-kun, aliás, por que não foi na aula nesses últimos dias?

Conhecia aquela voz, conhecia muito, essa voz era de...

— Aki-chan! Gritou ele, dando um pulo para trás e escondendo a cara com sua mochila.

— Algum problema?

— N-não, é que eu não tinha percebido que era você, desculpe.

Depois de algum tempo, Nishi ainda estava virado para o outro lado, tentando evitar que ela visse seu rosto corado. Quando o trem chegou ao seu destino, Aki aproximou seu rosto próximo ao dele e encostou com o dedo em seu nariz, dizendo com um leve sorriso na cara. — Você é engraçado.

Ele ficou ali parado a vendo sair, totalmente vermelho e sem palavras. — O quê ela quer me deixando assim? Ela não tinha namorado? Então que pare com isso! Exclamava Nishi em seu pensamento.

Sua energia havia esgotado no trem e ele se arrastava pela descida enquanto seus cabelos pretos se moviam de um lado para outro acompanhando os movimentos lentos dele, que andava como um corcunda, deixando o vento quase inexistente o carregar. Olhou para o vidro da porta de uma loja e deu de cara com um trapo de gente, suas grandes olheiras se destacavam junto com seus olhos negros e seu cabelo totalmente desajeitado o fazia parecer um mendigo.

O sinal já havia batido e todo mundo havia entrado, o pátio estava completamente vazio e as árvores balançavam suas folhas com o vento calmo, aquilo o confortava e o deixava com uma tremenda vontade de dormir. Ele olhou para cima do prédio principal e lá viu uma silhueta preta fitando-o, ela pareceu o ver e saiu correndo.

Nishi tentou entrar na sala sem ser visto, mas seu plano falhou quando Taikou o viu e falou: — Cara, o que você está fazendo andando abaixado? Já melhorou?

E assim ele foi mandado para fora da sala de aula por chegar atrasado.

— Fique aí até o outro período começar e pense um pouco antes de fazer isso de novo. Disse o professor.

Ele se abaixou ao lado da porta e disse para o ar: — Pensar não é? Não me fale de pensar, nesses últimos dias eu devo ter pensado mais do que você o fez a vida inteira, velho. Botou suas mãos no rosto e abaixou a cabeça, falando baixo: — Ah cara, por que eu tinha que ver aquela cena? Eu me sinto tão incapaz.

Nesse momento uma bela figura parou a frente dele e disse: — Não fique desanimado a essa hora da manhã, vamos, levante-se. Ela estendeu a mão para ele, que segurou nela e se levantou, corando ao ver a sexy Kurohime-sensei. Seus cabelos pretos e longos, amarrados em um rabo de cavalo, seu decote que ressaltava seu belo busto e a roupa que fazia suas curvas maravilhosas se destacarem ainda mais, combinando com os óculos redondos e o sorriso gentil no rosto, faziam uma figura quase angelical.

— C-claro, obrigado por tentar ajudar. Disse ele, se dirigindo a sala de aula.



Sempre ficava olhando para a janela na aula e não fazia a mínima ideia do que se passava no mundo real, parecendo se trancar em uma dimensão só sua. Olhou para o prédio do ginásio e lá viu a estranha silhueta preta olhando em sua direção, seus olhos amarelos brilhantes iluminavam o resto do corpo, que era praticamente uma sombra viva. De novo, ela saiu correndo, parecendo perceber o olhar de Nishi. Ele achou meio estranho, mas ignorou, achou que estava delirando por ficar dois dias trancado em casa e se deitou na classe e acabou pegando no sono.

Ele acordou depois que o último período havia acabado com a cara amassada e a mesa toda babada, levantou a cabeça e esfregou o rosto, notando a sala completamente vazia , sem nenhum barulho ou sinal de vida, com certeza uma cena triste. De repente ouviu passos vindo do corredor e depois viu o lindo ser que entrou pela porta. Notou quem era e teve vontade de sair correndo.

— Você ainda está aqui Hikata-kun. Disse a sempre alegre Aki-chan.

— S-sim, eu cochilei sem querer e e e...

Ele havia travado.

Ela começou a apagar o quadro e Nishi suspirava a cada movimento. Por impulso, ele falou gaguejando: — Q-quer ajuda?

— Claro, se não se incomoda.

E então os dois começaram a limpar juntos, enquanto era hipnotizado pelo movimento de seus cabelos e o balançar de sua saia, a cena daquela noite voltou em a sua cabeça e ele criou coragem e decidiu perguntar sobre aquilo.

— A-Aki-chan, esses dias eu... E foi interrompido por ela, que virou e disse:

— Sabe Hikata-kun, eu tenho que lhe dizer uma coisa que venho guardando faz um tempo.

— Eu... O coração de Nishi palpitou e suas pernas tremeram. — Te amo.

Nesse momento ela se aproximou lentamente, envolveu seus braços nele e o beijou.



O beijo pareceu ser longo demais, quando tentou se livrar, sentiu uma fisgada na barriga e olhou para baixo, ela havia o golpeado com uma faca. Cambaleou para trás e levou um soco em cheio na cara que o atirou para trás de vez, encostou-se na parede e desviou-se contra a próxima investida, em um movimento rápido ela virou e chutou sua cara, o seu sangue não parava de jorrar e havia feito um rastro no chão, tentou rastejar até a porta como um animal machucado, mas sem sucesso, iria receber o golpe final.

— Por quê?! Aki-chan! Por quê? Gritou ele.

Ela esboçou um sorriso assustador na cara e investiu contra ele. Nesse momento, Kurohime-sensei entrou na sala e pegou uma classe com uma só mão e em um movimento golpeou a cabeça de Aki, fazendo o sangue se espalhar pelo quadro negro.


Capítulo 5 - A Mesma Velha Rotina: Fim.


Capítulo 6 - Birth By Sleep I




Nishi esperava por Taikou na estação Ikebukuro. Havia chegado ali fazia meia hora e nada dele. Estava totalmente arrumado, uma cena rara.

Seus cabelos pretos hoje estavam lisos e caídos, usava um terno e segurava uma pasta preta em uma das mãos. Encostou-se sobre um dos alicerces da plataforma e ficou analisando as pessoas que passavam ali. Elas não faziam questão de prestar atenção no mundo a sua volta, correndo afobadas e esbarrando umas nas outras. Pareciam robôs que só seguiam um mesmo plano. Olhou para o panfleto em sua mão com um ar de decepção.

“Procuramos jovens entediados que não tem interesse na vida, pagamos bem.”

Via nele alguma luz de esperança para aquilo não acontecer com ele. Uma mão o tocou no ombro e ele virou rapidamente, vendo Taikou sorridente ao seu lado.

— Por que está vestido tão formalmente? Não vamos tentar trabalho em uma multinacional ou algo assim. Disse ele.

— Mesmo sendo só um trabalho de meio-período, preciso me garantir.



E então os dois embarcaram com dificuldade no trem, lutando contra o mar de pessoas. Era o horário de volta do trabalho em Toshima, e os dois iam contra o fluxo. Passaram pelas ruas de maior movimento até chegar a uma estreita. Lá, um prédio pequeno se espremia entre dois maiores. A renomada Sex Shop “O sonho de um homem” se mostrava. Nishi ficou com receio de entrar lá, mas não tinha escolha.



Realmente, aquilo era o sonho de qualquer pervertido, teve coisas que ele nem imaginava que existissem. Chegaram até o quarto andar e perguntaram ao atendente dali onde ficava o endereço que estava escrito no panfleto. Ele fez uma cara desconfiada e abriu um armário atrás do balcão. Depois de destrancar alguns compartimentos, pegou uma chave e foi até o fim do corredor, empurrou uma estante e abriu uma pequena portinha. Lá, um gigante lance de escadas se estendia para baixo, coberto pela extrema escuridão.

— As luzes estão com o sistema automático estragado faz meses, terão que achar o interruptor lá embaixo. Boa sorte. Disse o atendente, voltando para trás do balcão.



Depois de descerem, Taikou teve um trabalho tremendo para achar o dito cujo, batendo a cabeça várias vezes no processo.

Nishi botou a mão na frente dos olhos para protegê-los. A luz ofuscante foi se espalhando pelo corredor e os dois ficaram perplexos com seu tamanho. Chegando a porta, ficaram curiosos com o emblema nela e por ela não ter nenhum mecanismo para abrir.

Depois de baterem, gritarem e tudo mais, se sentaram e esperaram por algo. Foi então que uma voz feminina saiu da porta.

— Vocês foram bem pacientes. Desculpem minha demora, estava dormindo. — Então, por que estão aqui?

— Por causa desse panfleto. Nishi tirou-o do bolso e apontou para o ar, por não saber com quem falava.

— Ah, sejam bem-vindos, querem começar a entrevista ago... Nesse momento, a porta foi explodida e estilhaços foram espalhados por todos os lados. A voz da porta começou a chorar e dizer: — Eu só queria companheiros para que ficassem juntos de mim. Oh, me sinto tão sozinha nesse corredor branco.

— Ignorem, ela costuma ter essas crises de solidão às vezes. Disse Sano.

Os dois ignoraram o rapaz. Estavam perplexos demais com a paisagem diante deles. Era praticamente uma cidade. Sano viu o panfleto na mão de Nishi e disse: — Ah, a entrevista para a divisão 08? Acompanhem-me, por favor.



Depois de andarem até o prédio das divisões 06,08 e 10, um dos “menores” de lá, se encontraram com Mitsu, que usava o mesmo cabelo chanel, só que desta vez estava pintado de rosa. Sempre grudada na tela do noteboock, trancada em seu próprio mundo.

— Por favor, aguardem um momento, irei chamar o responsável pela entrevista. Disse Sano, saindo da sala afobadamente. Os dois se sentaram e ficaram em silêncio por um tempo e depois Taikou perguntou: — Será que é um novo shopping? Se for, eles foram geniais em fazerem isso no subterrâneo.

Nishi o ignorou, estava vidrado na beleza de Mitsu e suas belas pernas de fora. Sua aparência nipônica era linda e sua pele extremamente alva parecia ser feita de nuvens. Ela olhou de relance para ele, que virou para o lado, envergonhado.



O cão branco Okiba-san entrou na sala. Logo se transformando para a forma humana.

— Oh! Adoro mágica! Será que essa vai ser uma loja voltada a isso? Disse Taikou empolgado, totalmente crente na idéia de que aquilo realmente era um Shopping Center.

— Não meu caro, isso se chama mestiço. Minha mãe era humana e meu pai Youkai. Disse ele. — Então, vocês foram bem corajosos ao pegarem esse panfleto no mural do prédio de comunicação da O.H.D. Conhecem os boatos de que trabalhar nas divisões é bem perigoso.

— Não pegamos de lá, achamos esses panfletos em um mural na estação Ikekuburo. Disseram os três.

O velho fez uma cara de desentendido, virou a cabeça e disse com um ar de descontentamento misturado com surpresa.



— Ah! Me enganei.



Capítulo 6 - Birth By Sleep I: Fim.





Capítulo 7- Birth By Sleep II



— E agora? O quê faço? Dizia o velho confuso, enquanto andava de um lado para o outro. Levou as mãos à cabeça e gritou:

— Já sei! É só eliminar vocês! Estava com um olhar completamente alucinado. Tirou uma pistola do bolso e apontou para eles.

Nishi arregalou os olhos e puxou o braço de Taikou, se dirigindo para a porta, que logo fechou na frente deles. Mitsu não esboçava nenhuma emoção e continuava sentada, vidrada em seu game. Quando o velho ia apertar o gatilho contra eles, um braço de mulher segurou o seu braço e disse com uma voz doce e calma:

— Deixe de caducar velho. Aplique os testes a eles e se forem aptos, qual é o problema de entrarem para a divisão?

— Mas eles são de fora.

— Simples, se não manterem sigilo, eu mesmo me encarrego deles. Disse ela, mudando totalmente o tom da voz, agora sendo frio.

— Ok, ok. As únicas pessoas que entram de fora são os que são indicados pelo governo, obtendo as melhores notas ou extrema aptidão em algo. Mas dessa vez farei uma exceção. Se vierem me procurar, vou deixar esse fardo para você, Haruki-chan. — Aliás, já tentou experimentar esse Cosplay de empre... Antes de completar, levou uma dedada no olho.

— Então, espero que não estejam assustados com a reação de Okiba-san. Ele já esta em idade de confundir as coisas.

— Não, sem problemas. Ele apontou uma arma para nossa cara enquanto gritava como um louco, sem problemas, estamos acostumados. Disse Nishi, ironicamente.

— Os testes vão se basear nas seguintes etapas: Provas de conhecimentos gerais, teste de sincronia e o teste de missão experimental.

— E se não passarmos? Perguntou ele.

— Apagaremos o conhecimento que vocês têm sobre este lugar com aquela máquina, Disse, apontando. — E o deixaremos seguros em seus devidos lugares.

Mesmo que não acontecesse nada com eles a não ser esquecer sobre aquilo, o fato de que teriam as cabeças enfiadas na máquina que Haruki apontou o incomodava bastante, aponto de ele se esforçar para passar no teste.



Foram mandados até uma espécie de sala de aula e Haruki disse: — Quando o tempo acabar se não tiverem entregado todas as três provas, aquele relógio que está encima da mesa vai fazer esta sala explodir. Deixando os dois aflitos. — Se conseguirem acabar, a próxima etapa será mostrada para vocês.

Lá foram entregues várias provas de diferentes matérias e dado um determinado tempo. Mitsu pareceu aflita ao tirar o noteboock de suas mãos. Nishi e Taikou quebravam a cabeça para resolver o teste, enquanto ela olhava despreocupada para os lados, parecendo esperar o tempo acabar.

Faltava metade da prova para Taikou e o ponteiro já estava quase se aproximando da hora marcada.

— Vai Taikou! Vai! Gritava Nishi.

— Não me afobe!

— AAAAH! Gritaram os dois, pulando de um lado para o outro.

* Tick * - Um barulho foi ouvido do relógio e o ponteiro parou. De alguma forma, a genial Mitsu havia aberto ele e o desativado. Tudo isso em questão de poucos segundos. Os dois respiravam ofegantemente e estavam com os olhos abertos como os de um gato assustado.

— Muito obrigado, mesmo. Disse Nishi, olhando para ela nos olhos. Ela desviou o olhar, envergonhada, apresentando o primeiro sinal de emoção em muito tempo. Voltou sua atenção para o havia aparecido no quadro negro, seguida pelos dois.



“Saiam desta sala e sigam a direita até o final. Chegando lá, preencham os formulários com suas informações básicas e continuem o procedimento, depois seguindo para o último teste.”



E abaixo dizia a pontuação dos três e um desenho engraçado do lado de cada um.



Hibari Mitsu: 120 pontos.

Hikata Nishi: 60 pontos.

Minami Taikou. 60 pontos.

Pontuação final requerida: Mínimo de 1000 pontos.



Os dois olharam abobados para ela, que não aparentava ter toda essa aptidão.

Seguiram as instruções dadas e foram até a esquerda do corredor, aparentemente o prédio era extremamente extenso por dentro.



Lá dentro encontraram três cabines de formas ovais em um canto da parede e três formulários encima de uma mesinha. Nishi pegou um deles e leu lá embaixo no rodapé: “Não nos responsabilizamos por quaisquer danos causados aos participantes”. Ele engoliu em seco e analisou a situação: Arriscar aqui ou ter a memória apagada de maneira brutal. Preferiu continuar.

Preencheu-o, inserindo peso, altura, etc. Mitsu tirou a roupa sem se preocupar com os olhares dos dois e entrou na cabine. Os dois fizeram o mesmo, meio relutantes e com os olhos fechados. Taikou riu e falou: — Eu disse que não iria precisar do terno.

Lá, Nishi botou a mascara de oxigênio que estava de seu lado, a cabine emitiu um barulho e começou a se encher de um líquido estranho.

Depois de alguns minutos, ele começou a se mexer de maneira abrupta, chutando e socando o vidro da cabine. Era como se estivessem espremendo sua cabeça com martelos gigantes. Sentiu seu corpo começar a ficar pesado e começou a perder a força. Quando sua visão já estava escura e ele não aguentava mais, o líquido baixou e o vidro da cabine se abriu sutilmente. Ele se soltou rapidamente da mascara de oxigênio e foi para um canto vomitar.



— Cara, tudo bem ai? Perguntou Taikou.

— Só passei um pouco mal.

— Olhem isso.

Disse Mitsu, agora enrolada em uma toalha que havia achado, sendo umas das raras frases que eram emitidos por ela.

Ali na frente deles, três uniformes militares pretos se estendiam e de seu lado, suas respectivas armas.

Uma bota com estranhos buracos atrás, um par de luvas pretas normais e um noteboock com um design futurista. Armas com certeza nada convencionais

Na parede estava escrito:

“Sigam ao Salão Branco, ao oeste desta sala. Seu último teste os espera”.

E do lado, os resultados do segundo teste se mostravam.



Hikata Nishi: Sincronização: 120% = 520 pontos Total: 580 pontos.

Hibari Mitsu: Sincronização: 100% = 500 pontos Total: 620 pontos.

Minami Taikou: Sincronização: 80% = 480 pontos Total: 540 pontos.



Nishi não entendeu, já que havia sofrido tanto no processo e ainda estava meio tonto.



Depois de preparados e vestidos, seguiram ao Salão Branco. Realmente, o prédio não era nada pequeno por dentro. Não era muito difícil de achar ele, já que sua grande porta branca e grande se erguia no fim do corredor principal.



Entrando lá, entenderam o porquê de o Salão Branco ter esse nome. Era um espaço extremamente grande e oval, todo da cor branca, chegando a ser ofuscante. Lá, uma escada em espiral que levava até o andar de cima se erguia.



Os três olharam para cima e lá viram uma figura. Ela usava o mesmo uniforme que eles e um capacete parecido com um de motoqueiro, se diferenciando pelos grandes fones em sua cabeça.

Ele puxou uma adaga e pulou, caindo com uma extrema potência e tentando golpear Nishi, que se defendeu por instinto com uma das mãos. Ficou impressionado por não se ferir, mesmo que o chão tivesse cedido embaixo dele, ele tinha defendido. Mas não teve muito tempo para reagir. O inimigo se livrou de seu braço e o socou na barriga, fazendo-o ser arremessado para trás. Nesse momento, ele pulou para o lado e o chão explodiu abaixo dele. Era Mitsu entrando na batalha. Já havia entendido o objetivo da missão.

— Minami! Tente o chutar!

E Taikou o fez, saindo descontroladamente em direção ao inimigo, que se desviou facilmente, levando ele a se espatifar na parede. Foi em direção a Mitsu, levando um soco desajeitado de Nishi e caindo no chão. Pulou para o primeiro lance de escadas e sacou duas pistolas prateadas, atirando contra eles. Nishi pulou até ele, ficando impressionado com sua capacidade. Chegou ao inimigo e segurou sua pistola, apertou-a e a quebrou. O inimigo chutou sua cara e ele não sentiu nada, se sentia incrível. Socou ele inúmeras vezes, finalizando com um forte soco na cara que o fez voar contra a parede. Nishi estava confuso, mas excitado, nunca havia brigado na vida, e agora que estava, era algo tão eletrizante e perigoso que ele não sabia se gritava de felicidade ou medo. O inimigo se levantou e o socou no peito, fazendo o cair do lance de escadas e se espatifar no chão, pulou em direção a Taikou, que tentou o chuta-lo na cara, mas esse se desviou. Agarrou-o e o tocou para o alto com uma força extrema, pulou e acertou uma cabeçada na barriga enquanto ele ainda estava no ar, fazendo o vomitar sangue. Ele não demonstrava nenhum pingo de piedade, chutou Mitsu, incapaz de se defender e a tocou para longe com a mão. Nishi se levantava cambaleante, mas ainda capaz de lutar.

Não se importava se estava vivendo algo surreal e sua força não era a de um humano normal, ele queria acabar com aquilo. O inimigo em um só pulo se dirigiu ao andar de cima, vendo Taikou caído no chão, desmaiado. Os dois o seguiram e Mitsu fez o chão explodir de novo, desta vez, acertando-o. Ele, ainda de em pé, aparentando extrema vitalidade, tocou duas adagas em direção a ela. Nesse momento, Nishi pulou na frente dela e usou suas costas para defendê-la. Caiu encima dela, quase a abraçando sem querer, deixando-a totalmente vermelha. O inimigo soltou um barulho que se assemelhava a uma risada e se aproximou em passos lentos. Chegou aos dois e apontou uma das pistolas. De repente, uma faísca saiu das botas de Taikou, que estava desmaiado, e fez com que ele voasse descontroladamente de encontro ao inimigo, se espatifando contra ele e o fazendo cair no chão. Nishi se levantou em um movimento rápido, com a pouca força que lhe restava e enquanto o inimigo se levantava, o chutou no peito, fazendo o cair e se espatifar no chão do primeiro andar.

Ele caiu de cansaço, sendo socorrido por Mitsu, que falou: — Não precisava ter feito aquilo, eu conseguiria me virar sozinha.

— Não enche meu saco, respondeu ele.

Ela não prestou atenção, olhando para a parede.



Lá, letras gigantes apareceram na parede com a pontuação e os seguintes dizeres:



Hikata Nishi: Pontos: 600 pontos Total: 1180 pontos.

Hibari Mitsu: 450 pontos Total: 1070 pontos.

Minami Taikou: 500 pontos Total: 1020 pontos





“Sejam bem-vindos a décima divisão de batalha da O.H.D”



Taikou acordou meio tonto, todo machucado e fora de si e disse:

— Iei! Consegui o emprego no Shopping Center.



Nishi se acordou do estranho sonho que teve de como havia entrado na O.H.D. Foi algo tão repentino que ele não tinha parado para pensar que era algo tão surreal. Abriu os olhos ficou se perguntando em que lugar estava. E então, foi que se lembrou de Aki-chan sendo golpeada e o sangue saindo de sua cabeça. Levantou-se de repente e gritou.

— AKI-CHAN!

E duas figuras femininas o seguraram. Ele olhou para uma delas desconcertado. Não havia visto quem havia golpeado sua amada, mas reconheceu a figura que estava ali.

— Kurohime... Ia dizer ele, mas ela o interrompeu.



— Shimi Kurohime, décima divisão de combate da O.H.D, especializada em infiltração, espionagem e assassinato. Essa ao lado é Myazaki-san, uma das mais renomadas cientistas da O.H.D. Ali, uma figura adorável se encontrava, com os cabelos pretos e trançados e óculos garrafais, usando um belo jaleco, ela sorria para ele.

— Sua ineficácia no evento de duas semanas atrás nos intrigou.

— Duas semanas?

— Sim, você foi seriamente ferido. Pode ter parecido um golpe normal, mas a faca estava banhada em um veneno desenvolvido em laboratório por terroristas. Seu efeito de degeneração das células iria o matar em alguns minutos. Mas nossa incrível Kuro-chan apareceu e salvou o dia! Disse Myazaki-san, sorridente.

— O que aconteceu com Aki-chan?

— Não está mais no continente, está na prisão da O.H.D, no meio do oceano glacial Ártico, presa até confessar que trabalha para terroristas e sujeita a execução.



Ele ficou mais confuso ainda, a garota que o amava não era quem ele pensava. Todos esses seis meses que ele conhecia ela, todos os sorrisos adoráveis dela eram falsos. Tudo era falso.



— Não se preocupe, era uma entidade dentro dela, a pessoa em si está em segurança.

Ele recuperou o fôlego e suspirou.



— Vendo sua inexperiência em combate, a partir de hoje, essas duas pessoas vão treinar você rigorosamente.



Sano e Sakurai estavam encostados na porta, fitando-o. Sakurai se aproximou do rosto de Nishi, esboçando um sorriso amedrontador e disse:



— Preparado para o inferno? Hikata Nishi-kun...


Capítulo 7 - Birth By Sleep II: Fim.




Capítulo 8 - Black Rider






Olá, eu sou o traje militar da O.H.D. Não, definitivamente não sou um personagem, só vim me apresentar. Meu projeto começou em 2001, quando o exército americano começou a trabalhar em um protótipo de exoesqueleto. No começo, quem me usava, conseguia quebrar uma pedra gigante sem dificuldades. O problema era que eu parecia uma armadura e era pesado demais, causando extrema fadiga. Um dia, um pesquisador de Engenharia da Toudai - Tóquio desenvolveu um tecido sintético leve e extremamente resistente. Logo, o exército americano comprou em sigilo o projeto e o desenvolveu. A O.H.D declarou que eu era desnecessário para uso contra semelhantes e me adotou. Graças a mim, os usuários são capazes de aumentar sua força e assim podendo defender a humanidade. Pelo menos é assim que eles querem que você pense.



Taikou, Mitsu e Haruki haviam feito várias missões solos nesses dois meses que se passaram e essa era a primeira vez que se reuniam novamente. Sabendo do afastamento repentino dos três outros componentes restantes.



Com certeza, enfrentar um grupo de mestiços-Lobisomens era uma tarefa difícil sem seu arsenal principal, Sano e Sakurai. Os mestiços não conseguem usar toda a capacidade de um Lobisomem, só criando garras e dentes, alguns pêlos e um rabo, mas continuando sanguinários.

Era raro eles aparecerem no Japão, já que geralmente eles só lutavam contra Youkais, mas nos últimos tempos, inúmeras raças estavam se reunindo ali.

Mesmo com upgrades em suas armas, eles estavam tendo dificuldades. As botas de Taikou agora tinham chamas azuis saindo de trás. O Noteboock de Mitsu tinha virado um “Iphone” e Haruki usava uma metralhadora automática modificada.

Haruki se escondeu atrás de uma lixeira e mestiços pularam ali, sendo metralhados no ar, caindo mortos no chão. Taikou não hesitava em arrancar membros de cada um deles com seus poderosos chutes e Mitsu parecia gostar de explosões.



Mesmo parecendo fáceis de derrotar, eles não paravam de aparecer, pareciam que se multiplicavam cada vez mais rapidamente. Um deles avançou em Taikou. Este o chutou na cara, quebrando seu pescoço. Ele torceu o mesmo para o lugar e mordeu sua perna esquerda. Iria arrancá-la, se não fosse Haruki metralha-lo nas costas antes.

Mais e mais apareceram. Eles estavam extremamente ofegantes e sem condições de continuar lutando.

De repente, o espaço pareceu se deformar perto dos mestiços os explodindo em mil pedaços, espalhando sangue para todo o lado. Lá do alto do prédio, uma pessoa com um macacão preto e capacete montada em uma moto desceu agilmente até embaixo, pulando do alto até o chão em um só movimento.



Haruki abaixou a arma e disse: — Quem é você e o quê quer?

E uma voz estranha, distorcida e fria falou:



— Não tenho nada contra vocês, mas, é a lei da selva. Ou você come ou é comido. E pulou da moto, investindo contra Haruki, caindo encima dela e preparada para estourar sua cabeça com um soco. Nesse momento, uma pessoa estranha segurou o braço do motoqueiro e o levantou só com uma mão, tocando-o contra o prédio ao lado.

Taikou reconheceu quem era. Usava o mesmo capacete daquela vez. Era o inimigo que tiveram que derrotar para entrar na O.H.D. Mas havia algo diferente. Vestia um sobretudo e suas luvas tinham um formato de pata de gato, com afiadas lâminas em forma de unhas nos dedos e em sua cintura havia uma katana embainhada.



— Parece que temos alguém interessante aqui. Disse a voz, rindo.



Saiu da fumaça de poeira e pulou contra a pessoa. Envolveu suas pernas em seu pescoço a derrubando, socando sua cara logo depois, enterrando-a no chão.

Os três assistiam perplexos a luta dos dois estranhos, que pareciam não se importar com a presença deles.

A pessoa parecia morta, estirada no chão. Quando o motoqueiro foi chutar seu corpo, ela agarrou sua perna e o tocou para trás. O motoqueiro caiu de em pé no chão e os dois se encontraram com um soco que tremeu o chão. Ele deu um passo para trás e acertou um chute em sua cara, que revidou com um soco, rachando o visor do capacete. Os dois estavam com as mãos entrelaçadas, empurrando um ao outro.

A luta parecia empatada, mas o motoqueiro desistiu do combate corpo-a-corpo e pulou para trás, apontando o dedo indicador e médio em forma de pistola e falou: Bang!



Nesse momento, o espaço se distorceu novamente e a pessoa voou para trás, batendo na parte de cima do prédio e logo depois caindo ao chão. Ele se limpou da poeira e investiu contra o motoqueiro, quebrando o visor por completo. Mesmo assim, ele ainda usava uma mascara por baixo.

Mitsu tocou o Iphone com um tipo de caneta que se estendia por um fio ligado ao traje e gritou.

— Ataque-o!

O motoqueiro tentou se mexer, mas não conseguiu. Ela havia “infectado” os dados do chão, deixando-o mais lento.

Quando a pessoa ia enfiar suas afiadas garras em sua garganta. De repente, ele pareceu afundar no chão e enquanto sua cabeça desaparecia, ele disse:



— Realmente gostei de você. Nos veremos novamente, jovem...

Desaparecendo por completo, parecendo uma ilusão de ótica, deixando o chão intacto.



A figura se direcionou a Taikou. Este se levantou mancando com a perna boa e o chutou. A pessoa pareceu não sentir nada. Tirou o capacete com os fones e se mostrou.

Ali, Nishi sorria alegremente para ele.



— Yo. Há quanto tempo, Taikou.




Capítulo 8 - Black Rider: Fim.





Capítulo 9 - Perigo (?) Na Neblina





A O.H.D existe desde os primeiros passos da humanidade, assim como as todas organizações de outras raças. Atualmente, quase todas estão extintas.

Ela só começou a existir oficialmente no século I e assim, atravessando as épocas. Inúmeras organizações antigas tiveram origem na O.H.D, menos a igreja, sendo uma bactéria que se desenvolveu e ganhou poder. Seu nome já foi em Sumério, Latim e agora, Inglês. Várias máfias trabalham como informantes para ela e a ONU é apenas uma parte da mesma. Ela é a base para evolução humana, por que ela é a evolução em si. Com a extinção das organizações das outras raças, ela se tornou quase onipotente. Mas ainda existem vários grupos terroristas que se juntam para derrotar os humanos. Entre elas, uma se destaca, se chama Organização Zero e é a mais perigosa dentre elas, contando com os últimos remanescentes das raças dos vampiros. Para ser mais preciso, quatro deles, que vagam pelo mundo causando terror. Bom, pelo menos é isso que eles tentam.



• • • • • • • • • •



Três figuras andavam lentamente dentro da névoa, enquanto seus passos ecoavam no silêncio. Pareciam indiferentes ao clima do lugar e o cheiro de carniça não os incomodava nem um pouco. De repente, uma delas esbarrou em algo e parou. Ali viu um corpo humano apodrecendo. Sua boca estava escancarada e seus olhos arregalados. Havia um enorme buraco que atravessava seu pescoço e não havia nenhum vestígio de sangue, parecendo ter sido drenado de maneira bruta. A névoa envolta delas começou a sumir e ali, dezenas de mortos estavam estendidos no chão, da mesma maneira que o primeiro.

Uma das pessoas soltou um grito estridente e aterrorizado.



— Quer parar com isso Alicia? Você não pode ser que nem esses vampiros. Disse um homem alto, com os cabelos negros amarrados em um rabo de cavalo, enquanto apontava para um livro negro com uma maçã vermelha na capa.

— Não, isso não pode ser chamado de vampiro, não mesmo. Disse um “jovem” com cabelos castanhos claros em formato de panela, carregando uma mochila gigante nas costas.

— É que ele está sem sangue! Eu o queria! Como Mark é cruel! Oh, que tragédia. Gritava uma mulher de cabelos longos, ruivos e amarrados, estatura média e com uma peculiar cara de idiota.



Os três usavam antiquadas roupas negras do século XVIII, o quê se adequava ao clima daquela pequena cidade. Pequenas casas antigas coladas uma na outra, tendo a mesma cor de amarelo queimado e as profundas rachaduras.



— Aliás... Alicia... Seu busto parece ter crescido bastan... *´POW* Levou um soco na barriga, caindo de joelhos e tossindo.

— M-me desculpe Al. Quando você fala essas coisas, eu fico... Fico... Gaguejava ela, totalmente vermelha.

— Hei! Vocês dois, parem de flertar por favor. Disse Arthur, o aparentemente jovem cabeça de panela, com uma cara de tédio. — Precisamos achar Mark ainda, ele quis ir à frente para ir brincar, parece que se divertiu bastante, vendo o estado desse lugar.

— Deixe-o ser livre, é a magia da juventude! Disse Al, rodopiando.

— Mas ele tem 190 anos.

— Esqueça, esqueça. Vamos indo, alguém depois limpa isso.

— Alguém quem? Estão todos mortos.

— Apenas vamos. —Sabe, você tem que deixar de agir como um velho, Arthur.

— Mas eu sou velho.



Al ignorou isso e continuou andando para frente, sendo seguido pelos outros. Direcionaram-se a uma fenda de casas estreitas e Alicia gemeu de medo.



— Para onde nós vamos, Al?



— Nós? Ele esboçou um sorriso maligno na cara. — Minha doce Alicia, nós vamos ao Japão.



• • • • • • • • • •



Nishi se dirigia a uma sala no centro médico da O.H.D. Seu uniforme estava diferente desde que o usou da última vez, depois de ser obrigatoriamente atualizado com o treino que teve. Parecia determinado para encontrar Taikou e os outros depois do que havia acontecido, fazia dois meses que não os via.

Abriu a porta cautelosamente e analisou o lugar. As paredes pintadas de branco deixavam o clima mais vazio ainda. Olhou para a pessoa sentada em uma cadeira de rodas perto da janela. Aproximou-se e segurou seu ombro, ouvindo-a falar.



— Mamãe?

—...

— Ei mamãe, ano que vem vamos viajar só eu e você não é?

— Me responda mamãe, por favor...



Nishi engoliu em seco e a abraçou por trás, envolvendo seus braços carinhosamente nela.



— Responda mamãe. Eu não agüento mais esse vazio na minha cabeça! Ele entrou em mim e me deixou vazia! Vazia...

As lágrimas saiam sem parar de um de seus olhos e se espalhava sem parar por uma metade da cara, já que a outra estava totalmente tapada por ataduras.



— Com lágrimas nos olhos, ele aproximou sua boca perto de seu ouvido e sussurrou:



— Está tudo bem agora, Aki-chan...



Capítulo 9- Perigo (?) Na Neblina: Fim.